CRÍTICA | M3GAN surpreende pela direção e de autoconsciência do quão ridículo é

Longa da nova boneca assassina dos cinemas estreia na quinta-feira (19) nos cinemas brasileiros.
By CAJR
18/01/2023

Quando a gente achava que bonecos assassinos já não davam mais sustos, eis que surge M3GAN, um longa que sabe muito bem o que quer fazer, e melhor, sabe rir de si mesmo. O longa estreia nesta quinta-feira (19), nos cinemas brasileiros.

Em M3GAN, a pequena Cady (Violet McGraw) perde os pais e vai morar com a tia, a engenheira robótica Gemma (Allison Williams). Sem tempo para dar atenção à sobrinha e criadora de bonecos com inteligência artificial acima da média, ela resolve apostar na boneca M3GAN, ainda em fase testes, para fazer companhia para a criança. Mas as coisas saem do controle e agora sobrinha e tia precisam se unir.

Produzido pela união de dois destaques do terror dos últimos anos: o diretor e roteirista James Waan (que, aqui, só produz) e a produtora Blumhouse. E essa junção deu liga. M3GAN, além de ser assustador graças a boneca, tem uma direção, realizada por Gerard Johnstone ("Housebound"), e o roteiro, escrito por Akela Cooper, redondos.

O terror que a boneca nos provoca é pelo excelente design de produção, que encontrou uma máscara realmente impactante – apesar de parecer simples – e pelos movimentos da atriz Amie Donald, que interpreta a boneca. Ela tem movimentos acrobáticos e assustam quando são colocados em prática.

Sendo ridículo sem o medo de ser ridículo

Assim como surpreendente "Órfã 2: A Origem", lançado ano passado, M3GAN é uma obra que compreende o quão ridícula essa premissa é, e de como ela era evitável - alô Isaac Asimov!. E é a partir desse rir de si que vem surgindo o fenômeno cultural da boneca que faz dancinhas virais de TikTok. Para além de uma boa chamada no trailer, a produção do longa planejou, filmou e arquitetou a estrela do longa como uma diva pop.

Direção e roteiros surpreendentes

O roteiro de Akela Cooper é preciso, simples e bastante antenado. Soa como alguém que realmente entende as tendências de redes sociais e não uma emulação de uma pessoa mais velha querendo parecer jovem. Aliado ao texto - com ótimas frases-de-efeito - para a boneca, a direção de Johnstone, que emula os melhores capítulos da franquia Brinquedo Assassino, com planos fechados nos momentos adequados e contra-plongées para reforçar o perigo, embora a ameaça seja pequena.

Vale a pena?

Com apenas 90 minutos, M3GAN também se beneficia de ser direto ao ponto. Embora esse seja um texto um tanto empolgado, é importante ressaltar que o longa não reinventa a roda, mas é pop, sabe o que quer e uma das grandes sensações do ano. Que venha o segundo, já que tem uma deixa para a continuação.


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CAJR - Carlos Alberto Jr

Resultado de uma experiência alquímica que envolvia gibis, discos e um projetor de filmes valvulado. Jornalista do Norte que invadiu o Sudeste para fazer e escrever filmes.
  • Animes:Cowboy Bepop, Afro Samurai e Yu Yu Hakusho
  • Filmes: 2001 – Uma Odisseia no Espaço, Stalker, Filhos da Esperança, Frank e Quase Famosos
  • Ouve: Os Mutantes, Rush, Sonic Youth, Kendrick Lamar, Arcade Fire e Gorillaz
  • Lê: Philip K. Dick, Octavia E. Butler, Ursula K. Le Guin e Tolkien
  • HQ: Superman como um todo, assim como as obras de Grant Morrison e da verdadeira mente criativa por quase tudo na Marvel: Jack Kirby